quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Visa Day

20 de fevereiro de 2009, visto marcado para as 11 horas (ui, super Linha Direta isso). Pego um ônibus à meia-noite em Curitiba rumo à São Paulo com 4 malas e 2 toneladas de documentos (ai, lá vou eu hiperbólica como siempre). O bus quebrou e eu não fiquei nervosa porque o sono era mais forte, continuei a dormir e 1 hora e meia se foram até chegar o próximo busonfs. Cheguei em Sampa City lá pelas 8 horas, não quis tomar café da manhã com medo de não dar tempo de chegar ao consulado. Na rodoviária do tietê, people, tem guarda-volumes. Meus volumes eram gi-gan-tes-cos (uma mudança, né?) e eu paguei apenas 5 reais por mala, totalizando 20 reais pra tudo ficar guardadinho 24 horas na mais profunda paz lá.

Atenção para o caminho: Metrô (lotaaaaaaaado) sentido Jabaquara, desce na Sé, isso dá no máximo uns 10 minutos - metrô deveria constar na lista de maravilhas do mundo contemporâneo. Daí pega linha vermelha sentido Barra Funda, já é a próxima estação (Anhangabaú) - nem me foi dado tempo de sentar, 1 minutin magro e já tava na hora de descer. Feito isto, você verá estampado por todos os lugares a saída para o Terminal Bandeira. E não dê bandeira que você é de fora, besta! Basta ler, é fácil. Há um pavimento elevadiço que te leva até as plataformas. O ônibus "Socorro" (bem apropriado o nome, né?) - n° 6410 estará na plataforma 6, a última das moicanas. Peça para o querido cobrador avisar-lhe quando for chegar na Rua Henri Dunant. Para praticamente em frente ao consulado! Mas aí, amigo, não serão minutos...espere 1 hora e 15 minutos para chegar até lá.

Pois bem. Passei embaixo da ponte Estaiada em São Paulo! Linda de morrer. Não tem a ver, mas já fiquei pensando na do Brooklin (bairro de NYC). O consulado é perto do Shopping Morumbi, preste atenção e você conseguirá ver de longe a cúpula do prédio (é excelente ponto de referência). Chega de enrolação e vamos contar o que interessa: Cheguei às 10 horas na fila que estava pra fora do consulado. O consulado não tem nada demais, portões de grade cinza, prédio de apenas um andar, grandinho horizontalmente. Na frente é que é engraçado...estabelecimentos aproveitando a temática, tinha "Consulado do Café", "Estacionamento do Cônsul", "Revistaria Americana", etc...Fiquei paradona na fila num calor escaldante e, atrás de mim, 4 mineiros BEM mineiros começaram a conversar. Fui futricar e perguntei de onde eram. Claro, sul de Minas, pertin de Três Corações. Papeamos um pouco, eles faziam tanta palhaçada! Me matei de rir da situação. Eles falavam que estavam escondendo o Osama Bin Laden, depois ficaram brincando que ir por coiote tava mais fácil. Aí paravam e dali a pouco um falava: "Ow, será que por causa desse visto pro Vietnã vão negar o meu pros States?" Ajudou a passar mais rápido.

Entrei no portão e ali tem uma fila que vai e vem vááárias vezes e umas 5 mulherzinhas conferindo os documentos, ajudando a colar foto, assinalando coisas que faltou preencher e tals. Nisso elas só olham os documentos vindos do consulado, impressos da internet e as taxas pagas. Tranquilo, mas cansativo. Acho que só fui entrar meeeeeeeesmo no consulado pra lá de meio-dia. Quando eu fui, deixei minha câmera e meu celular na rodoviária junto com as minhas malas, mas nem precisa, tem guarda-volumes pra eletrônicos no próprio consulado. Assim como não precisa ir chique pra entrevista, gente! hehehe uma amiga minha tinha feito isso e eu levei roupa pra trocar em SP, mas nem me animei. Chegando lá, as pessoas estavam normais. Passei pela máquina de raio-X e finalmente entrei lá.

Aí tem um pátio, telefones, sanitário, lanchonete...as pessoas se dispersam. Você escolhe o que quer fazer primeiro. Fui garantir a minha senha. A recepcionista me perguntou o motivo da viagem. Só disse "au pair" e ela me encaminhou pra pré-entrevista (são 4 tipos de guichês no tal pátio - uns 3 pra pCor do textoré-entrevista, 3 pra impressões digitais, 5 pra entrevista e 2 caixas, em frente aos guichês têm bancos como os de igreja - tosco!). O americano pegou o documento do consulado e me mandou ir pagar a taxa. Fui, mas achei mega-estranho porque essa taxa geralmente é paga depois que o visto já foi concedido. Encontrei na fila uma outra au pair, pagamos e fomos comer. Quando voltamos, minha senha já aparecia na fila das digitais. Fui lá. A americana disse: "mão esquerrrrrda, Deiên", "mão dirrrreita", "polegarrrres". "Okay, voucê pode aguarrrdarrr a senha na entrrevista".

Aí eu sentei e minha senha já estava no painel de entrevista. A da outra au pair nada de aparecer em lugar nenhum ainda. Eu me distrai um pouco e logo apitou no painel a minha vez. Guichê 10, um homem carimbado na testa que era americano, bem típico assim. Passei a papelada pra ele por debaixo do vidro blindado (todos os vidros eram...a comunicação é feita por uma espécime de alto-falante). Foi assim:

Yankee - So, you're name is "Dayen"? (engolindo o final)
Tupi - Yes, it is.
Yankee - Are you a student?
Tupi - Yes, I am. (seguindo as dicas da moçada de responder somente o necessário, visse?)
Yankee - And what do you study?
Tupi - Advertising.
Yankee - hmmm...advertising? (e dale rabiscar a papelada, circula, circula)
Tupi - Yes.
Yankee - Which year...?
Tupi - I'm going to the fourth year. (nessa hora eu enrolei a língua e saiu mais pra four)
Yankee - Do you have brothers?
Tupi - Yes. A brother and a sister.
Yankee - They're older than you or younger than you? (cara, ele não parava mais de fazer mistério e continuar a perguntar, tava ficando impaciente já!)
Tupi - Older than me. Both.
Yankee - And what do they do?
Tupi - My brother is veterinarian, works for Bayer and my sister is manager at Banco Real.
Yankee - Ok. Você já pagou a taxa?
Tupi - Yes, it's here. (Porque diabos continuei falando inglês, me diz?!)
Yankee - Ok, "Dayen", seu vistow foi concedidow. Só passarrr no Sedex e pagarrr a taxa.

Mineirada em êxtase porque eu consegui. A outra au pair feliz por mim e tensa pelo que ainda estava por vir. Eu querendo ir embora logo. Catei o orelhão e destampei a ligar...primeiro pra irmã, falamos, falamos...emoção danada e depois pro irmão, mas eu não consegui falar com ele. Mandei que ela avisasse o resto do povo e segui rumo.

So, I got my visa!
ps.: se alguém quiser informação de como voltar do consulado até o tietê é só pedir que eu falo. Detalhe que eu tinha esquecido de pensar na volta e tive que descobrir por mim mesma.
ps2.: eles não olharam sequer um documentinho dos que me pediram para levar.

Fui! Ou, como diria meu irmão, I went! tsc tsc.